A unidade descentralizada da Fundação Nacional do Índio (Funai) com sede em Cacoal (RO) forneceu equipamentos e realizou o transporte de mudas de espécies nativas para o projeto de Sistema Agroflorestal (SAF) implantado na Terra Indígena Sete de Setembro.
Por meio do projeto, os produtores indígenas cultivam castanha-da-Amazônia, cupuaçu, camu-camu (araçá d’água) e freijó (para extração de madeira) em pequenas plantações de banana e café numa área total de 12 hectares.
Seis famílias da etnia Paiter Suruí que participam do projeto receberam as mudas e os equipamentos levados pela Funai. A fundação forneceu enxadas, foices, facões e roçadeiras motorizadas. Já as mudas das árvores foram doadas pelo Viveiro Cidadão da Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé).
De acordo com o coordenador regional da Funai, Sidcley José Sotele, o objetivo é prover condições aos indígenas para que eles possam realizar atividades produtivas viáveis do ponto de vista ecológico e socioeconômico. "Assim, o SAF vem para agregar preservação da natureza e geração de renda nas aldeias”, disse.
Sustentabilidade
Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) possibilitam o cultivo de lavouras de milho, feijão, mandioca ou hortaliças junto ao plantio simultâneo de árvores que vão permitir a produção de frutas, lenha e madeira, por exemplo.
Esses sistemas auxiliam a gestão ambiental das terras indígenas por proporcionar benefícios em termos de segurança alimentar, geração de renda e suprimento de lenha e madeira usadas no cotidiano das comunidades indígenas.
Desse modo, os SAFs contribuem para melhorias ambientais tanto nos terrenos degradados quanto em novas áreas de cultivo.
O reflorestamento feito com árvores frutíferas e lenhosas aumenta a conservação do solo à medida que reestabelece as funções do ecossistema tais como a proteção de cursos d´água e a regeneração do habitat da fauna silvestre.